domingo, 6 de janeiro de 2013

Ajude-me!

"Procuro me manter isolada contra a agonia de viver dos outros
Clarice Lispector




Tem sido um fato recente esta agonia que ando sentindo, embora não saiba a origem disso tudo. Perguntas recentes como: "o que esta acontecendo comigo?" e "o que há de errado em mim?" são frequentes. Eu não consigo definir o que é. Já pensei em síndrome do pânico e crises de ansiedade, mas não sei se pode ser isso ou se apenas estou enlouquecendo.
Não sei se consigo transpor o que sinto em palavras.
Vou tentar
É como se eu fosse explodir. Como se algo forte me empurrasse ou algo frágil me acariciasse e "puf", me fizesse desaparecer. O contraditório disso é que preciso e quero que alguém me toque, ou tente. Sinto que algo esta se aproximando e que vá acontecer uma grande mudança, inclusive -talvez- em mim.
Eu queria correr e me esconder, ter uma forma de fazer toda essa agonia sair. Pois, quando ela me possui, é como se eu não  fosse "eu", como se estivesse agindo feito uma psicopata, mas o meu "eu" "verdadeiro" não deixa que eu machuque a alguém ou a mim mesma (pois garanto que a segunda opção é muito mais frequente acontecer). É como se algo me puxasse para baixo -o capeta me chamando para casa, talvez - e fizesse esse outro "eu" sair, e tentar me ter por inteira. Mas por alguma razão irônica, algo dentro de mim me causa tamanha aflição, que quando me olho no espelho - olho o meu outro "eu", na verdade, pois não sou eu mesma -, vejo o medo, a dor, a agonia e a tristeza dentro deles. Lágrimas as vezes caem ao ver imagem tão... "horrível" (essa não é a palavra certa) de mim mesma. Lágrimas... Tudo o que eu tento esconder... Se derramam demoradamente de meus olhos e é como se tudo dentro de mim fosse acabar ali mesmo.
Nunca dança deliberada e frenética dentro de mim mesma... O tempo todo carregando o monstro dentro de mim, com tentativas de contê-lo ao máximo.
Morte vindo... Ela olha em meus olhos e roça, de forma que faz minha alma se arrepiar, minha pele. Como se beijasse meus lábios e desejasse além de minha carne - meu corpo. Ela sorri de forma doce para mim, como se soubesse o que desejo, e quisesse diminuir a dor e fazer sarar a agonia. A Morte me ronda, me abraça e me  beija apaixonadamente toda noite. Porém não me tem por completo, não me toma para si. Ela espera, espera por algo para me ter.
Oh, será que serei algo útil aqui? Estou cansada de apenas ter medo. Então me levando, me ergo, mas nos primeiros passos, a agonia vem e me puxa, me faz ficar parada.
Sinto como se estivesse no meio de uma decisão importante. Como se pulasse de um avião o mais alto possível, com um paraquedas nas costas, e quanto mais perto do chão chego, a dúvida de acionar o paraquedas me aciona a pensar. Ninguém pode tomar essa decisão por mim. Decido entre acionar o paraquedas e continuar na mesma ilusão de "vida", e entre dar de cara no c hão, e talvez ter a chance de me levantar e recomeçar.

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